Cirurgia Plástica e Mastologia nas reconstruções mamárias

A Mastologia e a Cirurgia Plástica são especialidades distintas exigindo cada qual anos de formação profissional para obtenção do título de especialista. Ambas têm suas peculiaridades e importância, mas se completam no tratamento do câncer de mama.

Antes da década de 90, pouco se falava da reconstrução mamária e em muitos serviços de Oncologia o tema causava discussões calorosas. A Mastologia também era uma jovem especialidade médica e o tratamento do câncer de mama era realizado na maioria das vezes pelo cirurgião oncológico. A Sociedade Brasileira de Mastologia foi fundada no Instituto do Câncer do Rio de Janeiro (hoje INCA) pelo Dr. Alberto Lima de Moraes Coutinho, em 03 de julho de 1959, com o nome de Sociedade Brasileira de Patologias Mamárias. Apenas em 28 de janeiro de 1978 foi reconhecida como especialidade médica pela Associação Médica Brasileira.

As cirurgias, na maioria das vezes, deixavam grandes sequelas e poucos casos tinham indicação de tratamento com cirurgias conservadoras das mamas, as quadrantectomias. Eram assim chamadas, pois um quarto da mama era ressecado.
Em meados da década de 90 as reconstruções mamárias começaram a ser realizadas com maior frequência, porém no início eram realizadas tardiamente, geralmente após 5 anos da mastectomia, para garantir que a doença não voltaria. Nesta época o mastologista e o cirurgião plástico pouco interagiam tendo em vista que as cirurgias eram realizadas em tempos diferentes.
As técnicas mais utilizadas eram os retalhos músculos cutâneos do Reto Abdominal (TRAM) ou do Grande Dorsal. A utilização de próteses era pouco frequente.

Da década de 90 para os dias atuais houve muita evolução no tratamento cirúrgico do câncer de mama, com aumento das indicações de cirurgias conservadoras e reconstruções mamárias imediatas, e a utilização de técnicas de cirurgia plástica, aumentando assim a interação das duas especialidades.
Hoje o tratamento do câncer de mama permite uma preservação maior dos tecidos. Nas cirurgias conservadoras já não se faz necessário grandes ressecções, e técnicas de mamoplastia e lipoenxertia foram incorporadas  (Oncoplastia).

Nas mastectomias, quando possível, toda a pele e complexo aréolo-papilar são preservados, retirando-se apenas a glândula mamária. Nestes casos mastologistas e cirurgiões plásticos trabalham em conjunto. As reconstruções são realizadas com retalhos musculares locais e prótese de silicone.  Em alguns casos a prótese de silicone é implantada logo após a mastectomia, fazendo a simetrização da mama contralateral no mesmo ato cirúrgico. Em outros casos um expansor tissular é colocado logo abaixo do músculo peitoral maior e, em um segundo tempo, o expansor é substituído por prótese e a simetrização da mama contralateral realizada.

No final todos ganhamos, médicos e pacientes. Os resultados estéticos das cirurgias melhoraram sensivelmente, os pacientes têm menos sequelas físicas e psicológicas, aumentando sua autoestima e influenciando de forma positiva o tratamento oncológico.
Procure um especialista. Procure seu mastologista!