Pulmão Artificial: Hospital dos Acidentados oferece nova esperança para pacientes entre a vida e a morte
Há mais de 30 anos sendo referência em saúde no interior de Rondônia, o Hospital dos Acidentados dá mais um grande passo para consolidar sua atuação em prol da saúde de seus pacientes. A unidade hospitalar, uma das pioneiras no estado, está sempre investindo e oportunizando os melhores tratamentos.
A aproximadamente 30 dias, quando um paciente internado no Hospital estava entre a vida e a morte, quando todos os tratamentos possíveis já tinham sido oferecidos, o pulmão estava quase totalmente comprometido e o risco de morte era alto, a equipe não cruzou os braços e foi em busca da última esperança possível, a terapia ECMO.
Foi desta forma que o Hospital dos Acidentados se tornou a primeira unidade hospitalar de Rondônia e, possivelmente de toda a Região Norte do Brasil, a oferecer um tratamento inovador para pacientes que apresentam problemas pulmonares graves. Através da tecnologia ECMO, sigla utilizada para definir o processo de oxigenação por membrana extracorpórea, é possível aspirar e oxigenar o sangue, com o auxílio de uma máquina, caso o paciente apresente algum tipo de falência respiratória.
Em tempos de pandemia da Covid-19 ocasionada pelo coronavírus, o uso da nova tecnologia, possibilitada a partir da parceria entre o Hospital dos Acidentados e o médico cirurgião cardiovascular Francisco Siosney, funciona na verdade como uma espécie de pulmão artificial.
“Existe este aparelho, que pode ser conectado ao paciente e fazer a função de coração e pulmão, ou somente de pulmão. Nesta pandemia, com o acometimento do coronavírus, essa tecnologia está sendo utilizada principalmente para o tratamento pulmonar”, destaca o médico.
Conforme explica o dr. Francisco Siosney, este aparelho é algo como uma membrana que vai funcionar como um “pulmão artificial”, oxigenando o sangue do paciente. “O sangue é retirado do paciente pela veia femoral, passa pela máquina, é oxigenado e devolvido ao paciente pela veia jugular interna. Todo o sangue do paciente passa por esta máquina, que tem a função de deixar o pulmão descansando, enquanto ele ganha tempo para ir se recuperando. Então na verdade, o pulmão artificial não vai tratar a doença, ele vai substituir temporariamente o pulmão, que neste período fica descansando, enquanto o organismo do paciente ganha tempo para se recuperar”, detalha.
Geralmente, o aparelho fica entre cinco e sete dias implantado no paciente, mas em caso de necessidade, este prazo pode chegar até 30 dias de uso, dependendo de como evolui a saúde do pulmão. Vale ressaltar também que a terapia ECMO é indicada para pacientes com doenças pulmonares graves, que já foram submetidos a todas as manobras de reabilitação pulmonar e usaram todos os medicamentos indicados para restaurar a função pulmonar. “Quando, mesmo diante de todos os tratamentos possíveis, os pacientes não apresentam melhoras, são esses pacientes que vão para a ECMO”, ressalta dr. Francisco Siosney.
Complexa e de alto custo, a oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) tem sido utilizada em hospitais de grande relevância em todo o mundo. No Brasil, são hospitais como o Albert Einstein, Sírio-Libanês e o Hospital das Clínicas que oferecem essa terapia. O Hospital dos Acidentados, devido à sua responsabilidade junto à comunidade rondoniense, também decidiu inovar ao oferecer um tratamento que é capaz de salvar pacientes entre a vida e a morte.
“Essa terapia de ECMO é o que existe, em todo o mundo, de mais moderno. Ou seja, essa terapia que hoje é oferecida no Hospital dos Acidentados é a mesma terapia oferecida nos grandes centros dos Estados Unidos e da Europa”, completa o médico.
A parceria e o entrosamento entre a equipe do Dr. Francisco Siosney e o Hospital dos Acidentados foi, sem sombra de dúvidas, essencial para que esta nova possibilidade de tratamento fosse implantada em Cacoal. “A nossa equipe presta o serviço, garantindo o perfeito funcionamento do aparelho e, em contrapartida o Hospital dos Acidentados oferece toda a estrutura adequada, em sua Unidade de Terapia Intensiva, incluindo uma excelente equipe multiprofissional, composta por intensivistas, enfermeiros e fisioterapeutas, garantindo assim a eficiência do tratamento. É desta forma que o Hospital dos Acidentados entra para a história, sendo o primeiro hospital de Rondônia a realizar este procedimento, de implantar um pulmão artificial”.
A UTI do Hospital dos Acidentados e os profissionais de saúde oferecem toda a estrutura necessária para garantir o sucesso do tratamento, oportunizando o cuidado integral ao paciente, que é acompanhado 24 horas por dia, durante todos os dias em que permanecer em tratamento.
Para a coordenadora da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital dos Acidentados, a implantação da terapia ECMO no interior de Rondônia é um marco e um grande avanço para a saúde, de uma forma geral. “A grande sacada foi termos tido esse ímpeto, essa coragem, de trazer para o Hospital dos Acidentados essa tecnologia que, no Brasil, é utilizada apenas em hospitais referência. Este é um passo muito grande para a medicina em Rondônia, que não fica atrás de nenhum grande hospital. Sem a ECMO, nosso paciente não teria se recuperado, ela foi essencial. Por isso fomos em busca deste tratamento, era a única chance que o nosso paciente tinha para sobreviver”, explicou a Médica Intensivista Maria Cândida Moreno Penna.
Devido ao aumento no número de casos de Covid-19 e gravidade com que a doença se desenvolve em alguns pacientes, o Hospital dos Acidentados renova as esperanças da medicina e de milhares de rondonienses.